segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Relato da Srª Helena Teixeira - Parte II

Onde hoje é a Av. Evangelina Vieira, era um campo de aviação, uma pista de 800 metros de comprimento, chegou posar até avião de 2 motores; do lado havia uma cancha de corridas de cavalos (a hípica da época), as pessoas marcavam o dia das corridas, era uma diversão, muito participativa, a maioria faziam suas apostas, aqueles que ganhavam ficavam alegres, outros perdiam.
A primeira escola  daqui era onde hoje é a casa do Sr. Osvaldo, a cobertura da escola era de zinco. O primeiro professor foi Inocêncio de Souza, depois tivemos a Escola Reunidas, que ainda hoje temos o prédio, o qual foi tombado,eram  os professores : José Amâncio, Vicencia Bezerra de Souza, Afonso de Araújo Passos, Carmezinda Souza Passos, Filomena, Maria Ramos, Elza Abadia de Oliveira, Maria José, Izaura, Laura e muitos outros;  depois mais duas salas de aula, na rua Drº Arnaldo, onde estava funcionando a Agência Fazendária. O ensino era de 1ª a 4ª série, quem terminava teria que sair para continuar os estudos em Campo Grande, depois com muita luta, conseguia também da 5ª série a 8ª série, bem depois, legalizou o 2º grau que era o magistério.
O prédio da prefeitura era outro, bem maior do que o de agora; a câmara municipal funcionava em uma sala pequena da Prefeitura. O primeiro prefeito foi Albino Coimbra.
O primeiro Posto de Saúde ficava onde hoje é o Bradesco; havia um cartório; o tabelião era o Srº João Avelino de Souza; uma delegacia da Receita Federal , o fiscal era Francisco Cassundé; uma repartição da Estatística.
No início da cidade não havia água encanada, tudo era no rio Aquidauana: lavar roupas, louça, tomar banho, etc. Tinha uma mina de água branquinha, que todos buscavam  água para beber e cozinhar, era na beira do rio, nos fundos da casa que era do Srº Oscar; depois tivemos água encanada que em um rego d’água do lageado, vinha por cima da terra até antes de chegar no cemitério de lá para as casas vinha encanada.
Não havia energia, usava lampião, lamparina, luz de vela, depois veio um motor para gerar energia somente até onze horas, mais tarde veio outro motor, ao havia luz a noite toda, um trabalhava até meia noite e outro até o amanhecer.
Sobre as festas tradicionais haviam duas festas religiosas: uma do Senhor Bom Jesus da Lapa, e outra de São Sebastião, totalmente diferentes das de hoje; cada uma em uma igreja, eram dez dias de festa, grandes procissões, e muitas diversões, hoje a realidade é outra tem que fazer o que melhor adequar. Também tinha festa de São João, de Santos Reis com pau de sebo, quem fazia era Gumercinda Dias, não eram festas da igreja. Tivemos também desfiles nos aniversários da cidade, as festas de formaturas de 8ª série e 2º grau;  festas para as jovens concorrerem a Miss Rochedo, eram festas muito bonitas.
A festa de São João era organizada pelo Srº Issa Nahas e Silvia, era diferente da festa junina de hoje, as mulheres e moças vestiam fantasias de tecido de chita, longo, bem bonitos, os rapazes camisas xadrez, mangas compridas, gravata e chapéu de palha; no bolso de trás da calça colocavam uma cabeça de palha de milho; todas as casas faziam uma fogueira, umas de árvore com prêmios, quando queimava, a árvore caia, todas as crianças e jovens corriam para pegar prêmios de  todos os tipos: doce de goiabada, sabonete, laranja, cana, batata e um em dinheiro; outras fogueiras eram de lenha, então todas as pessoas fantasiadas saiam da frente de um são de baile, em duas filas, homens e mulheres, dançando e cantando, acompanhados de alguns músicos, sanfona, violão, pandeiro, etc; nas ruas rodeavam todas as fogueiras, entravam nas casas das famílias, um pouco ficava para fora porque não cabiam, comiam e bebiam: bolos, doces, licor, pé de moleque, pipoca, etc; chamava de cordão na rua, terminando iam todos para o salão, saia um casamento caipira e o bailão amanhecia.

Rochedo/MS 23/06/2011.


Um comentário:

  1. Minha infância foi em rochedo, guardo boas memórias. Amei lembrar de tudo isso

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